sexta-feira, 6 de julho de 2007

Inveja


A Inveja

Angela Moura

Inveja já nasceu invejando todos os predicados.
Não agüentava a beleza de Joana, a inteligência deSabrina, a naturalidade de Virgínia, a esperteza de Marlene e assim por diante.
Substantivos também a incomodavam,principalmente, quando eram alvo de elogios, como o sorriso do Carlinhos, o carrinho da Flavinha, o namorado de Tereza e o corpo da Bernadete.
Tudo era demais para seu bom coração e para a sua grande e falsa modéstia à parte.
O seu veneno era conhecido e reconhecidopelos amigos, desde os tempos de escola.
Sem dúvida, tratava-se de seu único emaior potencial.
Possuía uma grande qualidade: a de tomar conta da vida de todos que a cercavam.
Diariamente, anotava informações sobre o que andavam fazendo e registrava, mentalmente,tudo o que ouvia.
E, cada vez mais, ficavapopular a sua memória de elefante.
Trabalho era o que não faltava.
Mesmo que algum
amigo ficasse distante por um período longo, nãotinha problema:
Inveja, em poucos minutos,conseguia pô-lo a par de todos os acontecimentos da comunidade, de forma elefantal.
Odiava gente besta.
E, por esse motivo, nasocasiões em que citavam um fulano que havia realizado uma façanha, tratava de lembrar a todos o que esse fulano não tinha conseguido fazer.
Era sua forma de contribuição à sociedade.
Detestava o sucesso de alguém.
Ora, porque alguém deveria fazer alguma coisa sozinho?O grupo é mais forte.
A união faz a força e uma andorinha nunca fez verão.
Com esses exemplos e argumentos, cuidava para não permitir a entrada ou permanência no grupo de quem quisesse aparecer demais.
Fazia questão de logo esvaziar qualquer balão que pudesse voar mais alto.
Inveja apreciava suas próprias virtudes... E como!
Gostava de enumerá-las, em altos e bons tons,o que a atrapalhava um pouco..
O tempo para contá-las era tanto, que a impedia de realizá-las.- Nossa! Essa gente é um grande papo furado!Uma enorme perda de tempo, pensava.
Fazia marcações em determinadas pessoas - possíveis futuras ameaças.
Não ostensivamente, é claro.
Sabia ser sutil. Primeiro, seduzia a vítima, em seguida,abria o segundo ato: observava.
Ao descobrir seus pontos fracos, dava o bote, certeiro e rasteiro.
E menos um para contar histórias...
Na maioria das vezes, não se dava a muito trabalho.
Usava todo o seu veneno, destilado homeopaticamente,de preferência pelos ouvidos daqueles que estão comos próprios sempre a postos.
O efeito, previsível e infalível, era imediata e voluntariamente absorvido,a ponto de ser levado pela corrente sanguínea às maçãs do rosto que podiam ficar pálidas ou afogueadas,em pouquíssimos minutos.
Em casos de impacientes ou dominadores obtinha agravantes colaterais.
Discussão era o mais freqüente; mas tinha também as brigas, os tiros com e sem mortes, até a guerra.
Pena que, na maioria, o agravo era mais brando.
Passava do ouvido para a barriga ou cabeça e dava apenas uma dorzinha.
Paciência...Inveja quando queria era imbatível.
Ninguém podia com ela.
Armava aquela confusão e, assistindo de camarote, ficava se contorcendo de rir.
A última da Inveja é que mordeu a própria língua.
Ao trincar os dentes com raiva, teve um choque anafilático-colérico e morreu fulminada.
Em sua lápide alguém escreveu:"Aqui jaz a Inveja - medíocre, meditadora e mediúnica do alheio, real exemplo de grandes feitos em toda a História..." Acompanhandoos dizeres, via-se uma cobrinha ingênua esorridente.
Eu estava acabando de contar para duas amigas que o porteiro do Zoo e o filho juram, de pés juntos,que acabaram de ver a Inveja na esquina.
Pode?
E uma delas, a mais simpática, aquela que não consegue parar de mostrar os lindos dentes e a língua afiada, falou:- Vocês falam de reencarnação, ressurreição,sei lá mais o quê. O que vocês não sabem é que as cobras, simplesmente, mudam de pele.E saiu rindo da gente...

Do livro ROBÔ DA VIDA E OUTROS CONTOSCopyright© 1993 by Angela Moura





A INVEJA NÃO BRILHA...


Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume que só vivia para brilhar.
Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada...
No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas ?-
Não costumo abrir esse precedente para ninguém mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...
- Pertenço a sua cadeia alimentar ?
- Não.
- Te fiz alguma coisa ?
- Não.
- Então por que você quer me comer ?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER VOCÊ BRILHAR...
Infelizmente, muitas pessoas agem assim, atrapalhando sua vida..
o problema é que elas não sabem que isso só fará você Brilhar cada vez mais!!!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Ah!!amigas...


LINDO E VERDADEIRO
Uma jovem recém casada estava sentada num sofá num dia quente e úmido, bebericando chá gelado durante uma visita a sua mãe. Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades da vida, as obrigações da pessoa adulta, a mãe remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para sua filha. Nunca esqueça de suas "Irmãs", aconselhou! Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame seu marido, os filhos que terá, você sempre precisará de "Irmãs". Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com elas ; faça coisas com elas; telefone para elas ...Lembre-se que 'Irmãs' significa TODAS as mulheres... suas amigas, filhas e também todas as suas demais parentes. "Você precisará de outras mulheres". Que estranho conselho! Pensou a jovem. Pois, não acabo de me casar? Não acabo de ingressar no mundo dos casados? Agora sou uma mulher casada, pelo amor de Deus! Uma adulta! Com certeza meu marido e a família que iniciaremos serão tudo que necessito para dar sentido à minha vida! Contudo, ela obedeceu à mãe. Manteve contato com suas Irmãs e anualmente aumentava o número de amigas. Na medida em que os anos se passavam, um após o outro, paulatinamente ela foi compreendendo que sua mãe, de fato, sabia do que falava. Na medida em que o tempo e a natureza realizam suas mudanças e mistérios sobre uma mulher, "Irmãs" são baluartes de sua vida. Após mais de 50 anos de existência neste mundo, eis o que aprendi: O Tempo passa. a vida acontece. A distância separa. As crianças crescem. Os empregos vão e vêem. O amor fica mais frouxo e desaparece. Os pais morrem.Os colegas esquecem os favores. As carreiras terminam..... MAS.....As "Irmãs" estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre vocês.Uma amiga nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade. Quando você precisa caminhar naquele momento solitário, sentindo-se extremamente só, as mulheres de sua vida estão por perto, impelindo-a a prosseguir, rezando por você, torcendo por você, intervindo em seu favor, e esperando-a de braços abertos no final da caminhada. Às vezes caminharão ao seu lado... Amigas, filhas, netas,comadres, afilhadas, noras, irmãs, cunhadas, mães, avós, tias, sobrinhas, primas, e a família extensa, todos abençoam nossa vida! O mundo não seria o mesmo sem mulheres. Quando iniciamos esta aventura chamada condição feminina, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam adiante. Nem sabíamos o quanto precisaríamos umas das outras. A cada dia que passa mais precisamos de nós mesmas.

domingo, 1 de julho de 2007

Amar


O pão
Um casal de idosos comemora suas Bodas de Ouro após longos anos de matrimonio. Enquanto tomavam juntos o café da manhã a esposa pensou “por cinquenta anos tenho sempre sido atenciosa para com meu esposo e sempre lhe dei a parte crocante de cima do pão. Hoje desejo, finalmente, degustar eu mesma essa gostosura”. Ela espalhou manteiga na parte de cima do pão e deu ao marido a outra metade. Ao contrário do que ela esperava, ele ficou muito satisfeito, beijou sua mão e disse “minha querida, tu acabas de me dar a maior alegria do dia. Por mais de cinquenta anos eu não comi a parte de baixo do pão, que é minha preferida. Sempre pensei que eras tu que deverias tê-la, já que tanto a aprecias”.

Reflita: As vezes por falta de diálogo em nosso relacionamento, e com medo de desagradar o outro deixamos de fazer nossas vontades sendo que nem estamos agradando o parceiro tanto quanto esperávamos,precisamos conversar mais,passear mais,namorar mais,orar mais juntos,pegar na mão,observar




O Amor
Numa sala de aula, havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora: Professora, o que é o amor? A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse: Quero que cada um mostre o que trouxe consigo. A primeira criança disse: Eu trouxe esta flor, não é linda? A segunda criança falou: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha colecção. A terceira criança completou: Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha? E assim as crianças foram se colocando. Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou: Meu bem, por que você nada trouxe? E a criança timidamente respondeu: Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe? A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração