quarta-feira, 19 de setembro de 2007

BELEZA
Aspiração humana, a beleza física atinge em cheio nosso senso estético. Enche os olhos com suas cores e formas. Atrai, desperta desejos. Quem não a quer?Mas a beleza também traz consigo o pesado tributo da inveja, da cobiça, da vaidade e do orgulho.Mesmo assim, todos a queremos. Faz parte da natureza humana desejar sobressair-se, destacar-se por algo que os demais não têm.Por isso estendemos nosso desejo de beleza física para parceiros, filhos, roupas, casa, jardim, objetos. Queremos beleza em tudo, a toda hora. E rejeitamos automaticamente o que consideramos feio.Mas, o que é a beleza física? Um corpo perfeito, um rosto adorável? Cabelos brilhantes? Tudo isso é tão passageiro.O corpo envelhece e um dia morrerá.Cuidar do corpo é fundamental, mantê-lo limpo, bem cuidado, é dever de todos nós. Mas não precisamos transformar o corpo no centro absoluto de nossa atenção.E como vemos isso acontecer, não é? Tanta gente que permanece horas sem fim em academias, gastando muito dinheiro em cirurgias plásticas, lipoaspirações, remédios para emagrecer, cremes para retardar o envelhecimento.Uma saudável vaidade não é condenável. Querer estar bem, não afrontar os demais com uma aparência maltratada é o ideal. Mas há um limite para os exageros. E esse limite por vezes é ultrapassado.O problema que isso tudo gera é que, ao fim da vida, o que será daquele cuja atenção total estava no corpo?É por isso que vemos gente que envelhece atormentada, sem aceitar a própria idade, sem conseguir ser feliz. Há tantos que sofrem por causa da musculatura flácida, das rugas e da perda de viço da pele.Mas sofrer por isso não parece desnecessário?Sim. Devemos evitar cultivar o sofrimento em qualquer circunstância, especialmente por causa de um corpo que está destinado a desaparecer, voltar ao pó.E, no entanto, a beleza da alma - que ficará para todo o sempre - raros se lembram de cultivar.Essa beleza esplêndida, que se manifesta em gestos de amor, em palavras gentis.

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